Palavra de estudante...

INCRÍVEL NYEMEYER

Por Rebeca Menger Gonçalves

                 PARANDO UM INSTANTE PARA PENSAR E SONHAR A CARREIRA DE ARQUITETA, FICO EXTASIADA AO VER O SUSSESSO DE ALGUNS PROFISSIONAIS NO DECORRER DE SUAS VIDAS, EXERCENDO UMA ARQUITETURA FANTÁSTICA TREZENTOS E SESSENTA E CINCO DIAS POR ANO. EXEMPLO NATO É NOSSO GRANDE OSCAR NIEMEYER, QUE EM PLENOS 103 ANOS, ENTREGOU AO PREFEITO, MIRINHO BRAGA, O PROJETO DO AQUÁRIO DE BÚZIOS, QUE SERÁ O PRIMEIRO SOB A ÁGUA DO MAR.

O PROJETO DARA AO VISITANTE A IMPRESSÃO DE ESTAR NO FUNDO DO OCEANO, FAZENDO PARTE DE UM COMPLEXO QUE INCLUI UMA UNIVERSIDADE DE OCEANOGRAFIA E UM CENTRO DE PESQUISAS MARINHAS. A OBRA SERÁ FINANCIADA PELA INICIATIVA PRIVADA.

“QUANDO SURGIU A IDEIA DO AQUÁRIO, LOGO PENSEI QUE O FARIA EM PLENO MAR. UMA IDEIA QUE NUNCA VI PROPOSTA POR NENHUM ARQUITETO, O QUE CONFERIRIA A MEU TRABALHO MAIOR IMPORTANCIA. PROJETEI UMA CÚPULA DE 40 METROS DE DIÂMETRO. NOS PRIMEIROS CROQUIS, A CÚPULA PARECEU UMA SOLUÇÃO ESPETACULAR. MAS, POUCO A POUCO, QUANDO DESENHEI A ENTRADA DO AQUÁRIO, A CÚPULA COMEÇOU A PARECER UM PEIXE, O QUE NÃO ERA A MINHA INTENÇÃO INICIAL.”- CONTOU NIEMEYER.

SEGUNDO ELE, O PROJETO LEVA O VISITANTE A UM GRANDE HALL, CERCADO DE UM ENORME AQUÁRIO, O QUE LHES DARIA A IMPRESSÃO DE ESTAR NO FUNDO DO MAR:

“O PASSEIO NÃO CHEGARIA AO FIM. E, CAMINHANDO PELA RAMPA QUE CIRCUNDA TODO O AQUÁRIO, ELES TERMINARIAM ESSE PASSEIO QUE NUNCA MAIS IRIAM ESQUECER.”

A IDÉIA FOI DO ARQUITETO CAIQUE NIEMEYER, NETO DE OSCAR. SEGUNDO  CAIQUE, AS PRAIAS  DA CIDADE NÃO SERIAM MAIS OS ÚNICOS ATRATIVOS.

PARA O ARQUITETO E URBANISTA MAURÍCIO PINHEIRO, OS AQUÁRIOS SÃO GRANDES ATRATIVOS TURÍSTICOS NO EXTERIOR E O DE BÚZIOS SERÁ DIFERENTE DE TODOS:

“NÃO HÁ NO MUNDO UMA DIVERSIDADE MARINHA COMO A BRASILEIRA. ALÉM DISSO, NIEMEYER FAZ PARTE DA HISTÓRIA DA ARQUITETURA DO BRASIL E DO MUNDO.”

                    APESAR DE SUAS FRÁGEIS CONDIÇÕES FÍSICAS, NEM MESMO A AVANÇADA IDADE DE NYEMEYER É CAPAZ DE ATRAPALHAR O EXERCÍCIO DESSA PROFISSÃO, QUE DIA APÓS DIA TEM FEITO MUITA GENTE SE APAIXONAR PELOS TRAÇOS E CURVAS DE UMA ARQUITETURA IMORTAL.

Butique de óculos conta com projetos de Ruy Ohtake

Inspirado na Optical Art, o movimento artístico dos anos 60, o empresário Marcos Amaro – que também comanda a Óticas Carol – inaugurou a primeira butique de óculos solares do Brasil, a OPART, na Rua Oscar Freire, com projeto arquitetônico assinado por Ruy Ohtake.

A butique vende com exclusividade os modelos solares da inglesa Burberry, das italianas Persol, Miss Sixty e Salvatore Ferragamo e também da americana Oliver Peoples. Marcas como Ray Ban, Tom Ford, Oakley, Dior, Gucci, Prada e Armani também podem ser encontradas nas prateleiras da OPART. Todos os óculos chegam ao mercado brasileiro ao mesmo tempo em que são lançados internacionalmente, como um avant premiere.

A OPART tem ainda previsão de abertura de novas lojas em shoppings e o lançamento de uma linha própria. Na flagship os clientes poderão desfrutar de um jardim localizado nos fundos, de onde poderão avistar a arquitetura orgânica da loja. As vendedoras usam uniformes inspirados em Jackeline Onassis, musa inspiradora da década de 60. O espaço também abrigará exposições de artistas e exibição de obras.

Um projeto de Sucesso...

Projetado por Severiano Mário Porto a Arena do Amazonas receberá características nítidas do regionalismo se Severiano.
Projeto inusitado que compõem o conceito base do arquiteto. Severiano buscou a história e utilizou símbolos marcantes do lugar, sua vista lembra o aspecto de "balaio" cesto utilizado por nativos daquela região.

Homenagem a Severiano Mário Porto

Severiano Mário Porto (Uberlândia MG 1930). Arquiteto. Muda-se com a família para o Rio de Janeiro, aos cinco anos de idade, quando seu pai funda o Colégio Brasil América. Forma-se na Faculdade Nacional de Arquitetura - FNA, da Universidade do Brasil, em 1954. Como estudante faz estágio na Construtora Britto e como arquiteto responsável pelo desenvolvimento de obras permanece na empresa por cerca de onze anos. Viaja a turismo para Manaus em 1963. Dois anos depois é convidado pelo governador do Estado do Amazonas, Arthur Cezar Ferreira Reis (1908 - 1993) - pai de um colega do Colégio Brasil América -, a realizar a reforma do palácio do governo, 1965, e o projeto da Assembléia Legislativa do Estado, 1965. No período em que permanece em Manaus para o desenvolvimento desses projetos, que não se concretizam, Severiano Porto recebe outras encomendas e então muda-se para a cidade, em 1966. Mantém o escritório do Rio de Janeiro com a coordenação de seu sócio, o arquiteto Mário Emílio Ribeiro (1930), colega de turma da FNA e co-autor em projetos importantes, como o Estádio Vivaldo Lima, 1965, oCampus da Universidade do Amazonas, 1970/1980, e a Pousada na Ilha de Silves, 1979/1983, todos construídos no Amazonas.

Em Manaus, elabora um caderno de encargos, com os engenheiros Sérgio S. Machado e Milber Guedes, para assegurar que as construtoras cumpram os prazos e as especificações técnicas conforme o projeto e os dispositivos legais estabelecidos. A iniciativa inédita no Estado é assimilada pelo governo. Muitos dos projetos desenvolvidos na região são premiados pelo Instituto dos Arquitetos do Brasil - IAB, como o Restaurante Chapéu de Palha, 1967 (demolido), a Residência do Arquiteto, 1971, e a Pousada da Ilha de Silves. O conjunto de sua obra é premiado na Bienal Internacional de Arquitetura de Buenos Aires, em 1985, e ele alcança renome internacional, que é confirmado em 1987, quando é homenageado como o homem do ano pela revista francesa L'Architecture d'Aujourd'hui.¹ Um ano antes a parceria de Severiano e Ribeiro é reconhecida pelo prêmio Personalidade do Ano, que os arquitetos recebem do departamento carioca do IAB. Em Manaus, Severiano também exerce a função de professor de arquitetura e urbanismo na Faculdade de Tecnologia da Universidade do Amazonas, de 1972 a 1998. Depois de 36 anos vivendo em Manaus, o arquiteto retorna ao Rio de Janeiro, e transfere o escritório para Niterói, onde passa a morar. Em 2003 recebe o título professor honoris causa da Universidade Federal do Rio de Janeiro - URFJ.

MASP- - Museu de Arte de São Paulo

Localizado no centro financeiro de São Paulo, na avenida Paulista, o MASP é o mais importante museu de arte ocidental da América Latina. Seu prédio de arquitetura moderna - concebido, especialmente para abrigar o museu, pela arquiteta italiana radicada no Brasil, Lina Bo Bardi - possui um vão livre de 74 m. No seu interior estão 3.487 obras, entre elas, 850 pinturas de grandes artistas pertencentes a um amplo período da história da arte que vai da Idade Média até as primeiras décadas deste século. Desse acervo destacam-se obras de Bosch, Rembrant, Poussin, Van Gogh, Renoir, Degas e de outros grandes nomes.

O MASP participa do circuito internacional das artes, recebendo exposições temporárias da Europa e Estados Unidos e promovendo algumas turnês mundiais. Também realiza, em seus dois auditórios (500 e 80 lugares), apresentações de música, além de conferências e palestras. Possui um bom restaurante, com serviço self-service, que constitui agradável opção da região.

Homenagem a Lina Bo Bardi

Lina Bo Bardi (Roma, 1914 - São Paulo, 1992) diplomou-se pela Faculdade de Arquitetura de Roma em 1940. Com a eclosão da Segunda Guerra Mundial, integrou a resistência à ocupação alemã. Trabalhou em Milão com Giò Ponti, tendo dirigido a revista Domus. Em 1946, casada com Pietro Maria Bardi, veio para o Brasil, fixando-se em São Paulo no ano seguinte. Sua diversificada atividade, envolvendo teatro, cinema, produção cultural, preservação do patrimônio, edição de revistas, organização de museus, desenho gráfico e de móveis em série, teve a procura de nossas raízes como substrato e assegurou-lhe posição especialíssima no cenário arquitetônico nacional. Projetou a residência do casal Bardi (1949), o Masp (1957) e o Centro de Lazer do Sesc (Sesc Pompeia, 1977). Em Salvador, projetou e dirigiu o Museu de Arte Moderna (1959) e participou do projeto de preservação e renovação urbana de seu centro histórico.